terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ne me quittes pas: Assim fica difícil, França ironiza Brasil !!!


A França até o presente momento 5ª economia mundial tenta se desvencilhar de uma política externa marcada pelo cunho nacionalista e de aversão a globalização, fato que para muitos críticos é a razão pela qual o país vem perdendo influência no mundo, tanto no que tange a economia, bem como na cultura, pois os franceses são reticentes até mesmo no trato com os turistas que ousam aportar em seu país e se comunicarem em outro idioma que não seja o seu fabuloso gaulês, se negando até mesmo a dar informações, uma clara demonstração da receptividade e respeito que os franceses designam pela cultura de outros povos.

Tal atitude é associada a arrogância por outras nações, prejudicando os negócios das transnacionais francesas, que conscientes de que a capital do mundo não é Paris, se esforçam há décadas para ampliar o seu grau de internacionalização operacional, pois a França juntamente com outros países tidos como de primeiro mundo não conseguem mais absorver toda a produção de suas fábricas, obrigando-as a voltar suas atenções para os mercados das nações emergentes, em especial os BRIC's.

O governo francês totalmente subjugado as pressões populistas xenofóbicas, intervém até mesmo em negociações privadas de grandes grupos empresariais, como é o caso da Danone, que só não foi adquirida pela americana Pepsico em 2005 pelo simples fato de que um dos ícones da indústria nacional francesa  não poderia vendida, outro episódio polêmico, refere-se a ArcelorMittal, cujo controle acionário é do bilionário indiano Lakshmi Mittal, que ao visitar uma siderúrgica em Gandrange, no nordeste da França, avaliou a unidade produtiva como pouco rentável sendo necessário desativá-la; seu destino e de mais de 600 empregados parecia traçado, exceto, pela demonstração de populismo econômico explícito de Nicolas Sarkozy, que ofereceu subsídios oficiais para manter a fábrica aberta mesmo ineficiente ao ser pressionado por sindicatos, esse tipo de paternalismo, hoje se reflete no elevado endividamento negativo de muitos países europeus em crise, ou seja, aquele endividamento que decorre de gastos operacionais, e não para investimentos produtivos, e que a longo prazo são inviáveis economicamente.

O mais novo episódio que demonstra a inaptidão gaulesa no relacionamento diplomático são as pesadas e inverídicas declarações deflagradas por Bruno Le Maire ministro da agricultura da França que disse:



"A Europa não é o lixão de produtos agrícolas da América do Sul"

As declarações foram feitas em Rennes, onde se realizava um salão de agricultura. Le Maire foi recebido por militantes de sindicatos agrícolas, que protestavam contra a queda da renda dos produtores rurais, enquanto os sindicalistas entravam em confronto com a polícia, o ministro discursou para líderes rurais, audacioso a ponto de indiretamente ironizar o Brasil, país para o qual o Palácio do Eliseu tenta vender 35 aviões de caça fabricados na França em detrimento de seus concorrentes suecos e americanos, e cuja decisão segue ainda na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja o que disse Le Maire em uma clara demonstração de desdém a supremacia brasileira no setor de proteína animal:

"Não podemos trocar carne bovina por Rafales."

O clima de tensão e hostilidades, vai de contramão a uma decisão história da União Européia de assinar o maior acordo de livre comércio da história do bloco com a Coréia do Sul, segundo um executivo da Comissão Europeia "este é um sinal de que a UE está aberta aos negócios", o que nos leva a intuir que o problema é mesmo com o Brasil, que ao contrário do passado deixa de ser visto internacionalmente como um país do "OBA-OBA",  terra do futebol, do carnaval e das mais deslumbrantes praias e mulheres despudoradas, mas sim como um player consistente, capaz de concorrer de igual para igual em escala global e desequilibrar as relações que vigoram desde a 1ª Revolução Industrial, fato que sem dúvida nenhuma é perturbador, principalmente pela França, nação avessa as mudanças, e que corre o risco de perder o posto no ranking das maiores economias do mundo para o nosso país, ingenuidade nossa considerar que tal movimento será orgânico, sem lutar.

O principal legado de toda esta situação embaraçosa, é o fato de revelar a urgência do Brasil desenvolver sua habilidade diplomática, e não se deixar influenciar, sendo apenas um mero escudo para nações cujos regimes democráticos são questionáveis como Irã e Venezuela, e passar a defender seus pontos de vista tidos como estratégicos pela nação com mais veemência, principalmente no que se refere aos assuntos económicos, pois quem não se lembra do caso da invasão das instalações da Petrobras na Bolívia.

Se temos a pretensão de sermos um potência global é consenso de que devemos agir como tal, mais o Brasil diplomaticamente se comporta com um adolescente que para fazer parte de determinados círculos de convivência abre mão de suas convicções em prol de migalhas, o que é inadmissível.

O BRASIL DEVE E PODE SER MENOS COMPLACENTE E EXIGIR RESPEITO!!!

Fontes: Revistas Exame,Veja e Istoé.

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