terça-feira, 28 de setembro de 2010

Rumo a 3ª Guerra Mundial ???

Você deve estar temeroso com o título acima não é, mais acalme-se, você não será convocado para lutar neste conflito, pois a guerra em questão não tem nenhum vínculo com atividades bélicas, bom, pelo menos por enquanto.

O cerne da questão que esta inflamando as principais potências do mundo é o fator cambial, pois algumas nações desenvolvidas com extremas dificuldades de se reerguerem financeiramente, estão adotando políticas cambiais não muito ortodoxas, como agir pela manutenção de suas respectivas moedas nacionais em um nível baixo para ganhar segmentos de mercado em países que estão em franca expansão, como o Brasil, inundando-os com seus produtos, tal manobra pode ser verificada na gradual redução do superavit da balança comercial brasileira, pois com o Real supervalorizado as importações ganham fôlego, e as exportações, principalmente de bens manufaturados e industrializados com maior valor agregado, perdem pujança, fato que sem dúvida nenhuma pode gerar grandes avarias a indústria nacional, a medida que o país já enfrenta pesada concorrência chinesa em diversos mercados antes cativos do Brasil, e que uma vez perdidos, dificilmente serão retomados.

Este inclusive é um dos argumentos mais utilizados pelos americanos em sua guerra particular com a China, a qual alegam estar demorando em demasia para aumentar o valor de sua moeda o iuane, tal postergação abriu precedente para o congresso dos EUA aprovar medidas de retaliação as importações do "dragão asiático", o pior é que a Europa e o Japão observando a eficácia do controle artificial do câmbio flutuante adotam práticas semelhantes, os japoneses por exemplo, estão vendendo ienes em massa para proteger suas exportações.

Irritando até mesmo o ministro da Fazenda, Guido Mantega que afirmou, "O mundo está em meio a uma guerra de divisas internacional sem precedentes".



Diante desta intempérie internacional, o presidente francês Nicolas Sarkozy prometeu impulsionar uma reforma do sistema monetário internacional durante sua presidência do G20, que começa em novembro, a fim de limitar a volatilidade das taxas de câmbio.

Toda esta repercussão é gerada pelo simples fato de que o mundo passa por um processo denominado de reequilíbrio de forças, semelhante ao ocorrido durante a crise de 1929 onde por causa da recuperação da capacidade produtiva da Europa destruída durante a 1ª Guerra Mundial, os EUA não tiveram mercado consumidor que absorvesse toda a sua superprodução, à qual se recusaram a reduzir espontâneamente; culminando em uma queda nas atividades industriais que  implicaria no aumento excessivo do número de desempregados e que de acordo com os princípios do fluxo circular de renda amplamente difundido pelos economistas, gerou um movimento virtuoso na economia americana, que culminaria na abrupta desvalorização dos papéis listados na Bolsa de Valores de Nova York ocasionando o famoso "Crash", auge da crise que repercutiria em todo o mundo; enfim, espero que o mundo tenha aprendido a lição do passado neste momento em que se inicia uma nova ordem econômica global, resolvendo as questões de forma diplomática, caso contrário, aí sim teremos motivos para apreensão, porque o risco de um estado de beligerância, insuflado e orquestrado por líderes nacionalistas, ditatoriais e revanchistas é alto, com consequências castratóficas, e que da última vez perduraram por décadas.


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